26.4.05

Projeto “Maduridade"

Estava na fila de um banco quando observei com que dificuldade as pessoas idosas retiravam, dos caixas eletrônicos, os seus vencimentos de aposentadoria. Às vezes, humildemente, confiavam suas senhas e números de contas bancárias à estranhos para poder faze-lo.
Num outro dia fui abordada por uma senhora que me pediu para ajudá-la a fazer uma ligação para sua filha com um cartão de um telefone público (orelhão). Então pensei que como cidadã, eu deveria fazer alguma coisa! Porque não começar um projeto de inclusão digital com um pequeno grupo de pessoas idosas?
Foi daí, que em março de 2004, montei um projeto de inclusão digital para a “Maduridade”. E que se desenvolveu de junho a agosto do mesmo ano. Foi um trabalho de pesquisa a começar pela escolha destas pessoas. Eu queria atingir uma determinada parcela da sociedade. E neste caso, a que mais necessitava de urgência. Deveriam ser pessoas acima de 55 anos, pois fazem parte de uma geração que não conheceu, nem viveu com tecnologias. Também deveriam ser pessoas que tivessem pouco estudo, no máximo até a 4ª série do ensino fundamental, pois alcançaríamos também, uma classe social ainda menos privilegiada quanto a utilização das tecnologias. Formamos um grupo de nove pessoas.
Nosso primeiro obstáculo foi o medo do desconhecido, da máquina, e o segundo a falta do conhecimento mínimo da língua estrangeira: o inglês! As dificuldades foram sendo sanadas aos poucos e em conjunto: Eles e eu.
O projeto se estendeu por três meses, e em cada dia de aula, era uma etapa que estava sendo vencida. Eles vibravam com todas as etapas, mas quando começaram a enviar e receber e-mails, e navegar pela web sentiram-se como se pudessem abraçar o mundo!
Tivemos que criar nosso próprio vocabulário para definirem teclas e expressões em inglês como “por exemplo” a tecla Shift ficou conhecida por eles como “casinha”, o editor de texto Microsoft Word, eles chamavam de “escritor”. E assim conheceram e aprenderam a utilizar um computador, um caixa eletrônico, um vídeo cassete e uma TV, um telefone público e um celular.
Foi uma experiência fantástica e inesquecível, tanto para mim como para eles. Alguns deles ganharam computadores dos familiares e outros compraram seus próprios computadores com recursos que tinham na poupança, e até hoje trocamos e-mails de vez em quando.


D. Dilma apresentando para os colegas seu trabalho em P. Point.


Dna. Célia de 76 anos digitando poesias de sua autoria.


Depois do lanche, assinavam a ficha de freqüência.


Estavam sempre dispostos a aprender!


Seu Nico sempre tinha uma piada nova pra nos contar.


D. Valdéia adorava visitar sites para ler mensagens religiosas.



Aqui estão alguns dos alunos da turma, e eu no meio deles.

Mafalda Canarim da Silva - NTE de Criciúma/SC

24.4.05

Textos: Leitura e Produção

Estou enviando a vocês um relato de uma das experiências que vivenciamos em 2003 e gostaria de divulgar. Numa outra oportunidade estarei enviando relatos de experiências em 2004.

Em 2003, preocupada com a deficiência na leitura e escrita em nossas crianças, elaborei o projeto “Textos: Leitura e Produção”, baseado na Série Varal de Textos do programa Salto para o Futuro. O projeto tem como objetivo maior capacitar os professores para desenvolverem projetos de aprendizagem em sala de aula voltados para a produção e leitura de textos.
Participaram do projeto professores do Ensino fundamental da Escola Estadual “João Mallet” de Nova Xavantina.
Houve a capacitação de produção de textos e a oficina de projetos de aprendizagem. Depois os professores colocaram mãos a obra e desenvolveram com suas turmas os projetos que resultaram em 7 produções literárias com os mais diversos tipos de texto. As produções foram apresentadas à comunidade escolar nas versões impressa e virtual, numa noite do autógrafo.
Todos os alunos tiveram acesso as novas tecnologias e o resultado pode ser verificado pela fala da professora Meire da 2ª Fase do 1º Ciclo:
Confesso que tive medo de não sair nada, pois não tinham coordenação nenhuma, mas a dedicação da professora Elda e o auxílio da professora Rocio foi tanta que não deixou nenhum sem auxílio e para nossa surpresa e alegria foram surgindo os primeiros traços na tela e assim pouco a pouco todos estavam com seus desenhos feitos, e os desenhos foram criando vida e alegria... A experiência foi
gratificante e os resultados que tivemos foram positivos, levaram-nos a crer que é positivo trabalhar a mente humana, não para mudar a opinião de nossas crianças, mas para que passem a ser seres pensantes, com a coragem e liberdade de expressar seu pensamentos e opiniões.
A experiência de trabalhar com projetos de aprendizagem também pode ser pensada nas falas das professoras:

(...)os alunos da UNEMAT estavam realizando palestra sobre a sexualidade e DST na escola; aproveitando o momento e a curiosidade dos alunos, resolvemos aprofundar os conhecimentos tendo em vista a sexualidade na adolescência. Começamos discutindo o tema e as dúvidas a esse respeito foram surgindo, partimos então para a pesquisa. Os alunos se mostraram muito interessados e quanto mais pesquisávamos mais a curiosidade aumentava... os alunos sentiram necessidade de compartilhar os conhecimentos adquiridos com outros colegas e resolveram então criar um pequeno livro... (Professora Tânia – 6ª Série).
Com o desenrolar do projeto foi grande a minha surpresa, pois o tema despertou o interesse de todos em aprender mais sobre o assunto. Trabalhamos com entrevistas às pessoas da comunidade, pesquisas bibliográficas e científicas... fizemos textos, desenhos, colagens sobre as plantas... Visitamos a horta da dona Maria e entrevistamos a Doma Marly do chá... todos tiveram liberdade de expressão e atuaram na prática. ( Profª Cleunice – 3ª Fase do 1º Ciclo).
Houve um dia em que pensei que tinha perdido o controle da sala, mas logo compreendi tamanha a empolgação de estar misturando as tintas para transformá-las em outra cor... Viram, discutiram e acharam que realmente as cores influenciam... perceberam a beleza das matas, o sabor das frutas mais coloridas, a importância das cores das roupas de médicos... (Profª Meire -2ª Fase do 1º Ciclo).

Elda Diniz - Nova Xavantina/MT

11.4.05

Comunidade Virtual Tradicionalista

Depois do curso blog continuei fazendo estudos e desenvolvendo experiências sobre esse tema.
Farei um relato breve de uma atividade que está em andamento e se quiserem mais informações poderemos (eu e a equipe de trabalho) enviá-las, ok?
A experiência refere-se a Comunidade Virtual Tradicionalista (CVT).
CVT é um projeto que faz parte da Rede Jovem Paz, cujo foco de atenção situa-se em escolas que possuem laboratórios de informática e grupos tradicionalistas.
O objetivo da CVT é construir uma comunidade de blogueiros tradicionalistas visando trocar idéias e informações sobre como a cultura, a arte e o folclore rio-grandense, vivenciadas em diferentes localidades, tanto no Brasil quanto no exterior.
Este trabalho iniciou em dezembro e envolve pais, alunos e professores. Em dezembro, trabalhamos com pais e professores de uma escola ( Pe Caetano de Santa
Maria), em abril estaremos trabalhando com os alunos da mesma instituição. Em maio, a primeira comunidade formada estará trabalhando com uma segunda comunidade e posteriormente uma terceira. A partir de julho estaremos oferecendo oficinas, com parcerias, para os blogueiros tradicionalistas que estamos tentando formar.

Como podem perceber este trabalho está na sua fase inicial, temos algumas conquistas, mas não temos certeza de que isso possa interessar a vcs no momento.
Desse modo, colocamos-nos a disposição para maiores contatos, caso tenham interesse em obter outras informações sobre o trabalho...

[]s,
Tânia Moreira - Sta. Maria/RS